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Felicidade Por Um Fio e as Várias Faces do Empoderamento

  • Foto do escritor: Guilherme Bambace
    Guilherme Bambace
  • 31 de mar. de 2022
  • 2 min de leitura

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O que o seu cabelo diz sobre você?


Recentemente, decidi assistir ao filme original da Netflix “Felicidade Por Um Fio” de 2018, estrelado por Sanaa Lathan e baseado no livro de Trisha R. Thomas. O filme conta a história de Violet, uma mulher negra que vive em constante preocupação com seu cabelo e, por ele, começa a ter uma nova perspectiva sobre si mesma.


Crescendo como uma garota afro-americana com uma mãe rígida, Violet desde cedo aprendeu que deveria se portar de certo modo para adequar-se às expectativas de outras pessoas. Seu cabelo natural era alisado, seus cachos uma representação “ruim” de sua cultura negra. Assim, ao se tornar uma publicitária bem-sucedida na vida adulta, seu cabelo longo e liso era então um símbolo de poder: ela estaria no controle, e tudo estaria perfeito.



Após não receber um pedido de casamento tão esperado, separar-se de seu namorado de dois anos e alguns outros contratempos, Violet então decide mudar seu penteado. Ao cortá-lo e pintá-lo de loiro, ela continua infeliz e acaba percebendo que seu cabelo era uma força determinante de sua vida: constantemente preocupada com água, vapor, ou qualquer outra coisa que pudesse estragar seu cabelo, acordando de manhã sempre antes de seu namorado para se pentear.


Depois de tanto trabalho e nenhuma compensação aparente, Violet então raspa totalmente sua cabeça.


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Esse é o ponto decisivo do filme que marca o início de uma completa transformação para o personagem: sem o seu cabelo, o que seria de Violet? É aí que Violet passa a ver toda sua vida com diferentes olhos, se tornando uma pessoa muito mais despreocupada não só com seu penteado, mas com sua identidade por completo.


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“Felicidade Por Um Fio” toma rumos que mostram os diversos sentidos de empoderamento: Como mulher, Violet é apenas levada a sério por seus colegas de trabalho quando o assunto é beleza. Como negra, precisa esconder sua cultura para se encaixar em um ambiente predominantemente branco. E como pessoa, é constantemente bombardeada pelo julgamento alheio.


Todos passamos uma imagem que queremos mostrar ao mundo. “Este sou eu”, proclamamos por trás de uma cortina de cabelo arrumado e roupas bonitas. Estas não escondem quem realmente somos, afinal, são apenas uma representação. Mas todo o sentido do filme é que, no final das contas, se trata de uma escolha entre aceitação pessoal e vergonha. Podemos deixar nosso cabelo como quisermos e podemos usar o que bem entendemos, mas nunca deveríamos nos sentir envergonhados das nossas raízes. É, assim, uma mensagem de empoderamento incrivelmente autêntica e universal.


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